Cirurgia para os meniscos. Suturar vale a pena ?

Você está com dor no joelho ou recebeu indicação de cirurgia para o menisco? Saiba que hoje a medicina dispõe de tratamentos avançados e acessíveis para preservar a saúde da sua articulação — e evitar complicações no futuro.

Os meniscos são estruturas localizadas dentro do joelho e exercem funções essenciais: absorvem impacto, distribuem a carga do corpo, estabilizam a articulação e contribuem para sua lubrificação. Quando lesionados, seja por trauma ou desgaste natural (degeneração), causam dor, limitação de movimento e, se não tratados corretamente, podem acelerar o desgaste do joelho, levando à artrose.

Cada caso é único, e a escolha do melhor tratamento depende de vários fatores, como idade, atividade física, profissão, tipo e localização da lesão, presença de artrose ou outras lesões associadas. As opções vão desde repouso, fisioterapia e medicamentos até procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos.

Quando a cirurgia é indicada, duas alternativas são consideradas: a retirada do fragmento lesionado (meniscectomia parcial) ou a sutura do menisco (meniscorrafia), que preserva a estrutura. A meniscectomia tem recuperação mais rápida, mas pode aumentar o risco de artrose com o passar dos anos. Já a sutura protege o joelho a longo prazo, reduz o risco de desgaste precoce e mantém a função natural do menisco — embora exija um tempo de recuperação um pouco maior.

A boa notícia é que, com as técnicas atuais e o acesso facilitado a dispositivos modernos, a sutura meniscal tornou-se um procedimento cada vez mais viável no Brasil. Cirurgiões ortopédicos em todo o país já contam com estrutura para realizá-la durante artroscopias de joelho, alinhando-se aos padrões internacionais.

Estudos recentes reforçam essa escolha. Uma publicação na revista Arthroscopy (dezembro/2019) mostrou que pacientes submetidos à sutura meniscal tiveram menor custo total ao longo do tempo, menor uso de medicamentos e menos necessidade de reoperações, além de menor afastamento do trabalho.

Ou seja: preservar o menisco é uma decisão que cuida do seu presente — e principalmente do seu futuro.

Se você está com dor no joelho, já recebeu diagnóstico de lesão meniscal ou está em dúvida sobre a melhor conduta, agende sua avaliação. Entender sua condição, conversar com um especialista e tomar uma decisão baseada em evidências pode fazer toda a diferença na sua recuperação.

Sua saúde articular merece o que há de melhor. E o melhor está ao seu alcance.


DOI: https://doi.org/10.1016/j.arthro.2019.06.026